segunda-feira, 15 de junho de 2020

O REINO DOS SACIS - CAPÍTULO IV - O REINO

A Família chegou no Reino dos Sacis. O redemoinho jogou eles num bambuzal novo e fofinho.
- Que loucura isso! – diz o Filho.
- Surreal! – Diz a Filha.
- Cadê o Tio P – diz a Mãe assustada.
- Calma não se preocupe, eu joguei ele no redemoinho logo que cheguei na casa, ele deve estar por aí conhecendo o Reino. – Diz o Saci Júlio.
- Oi, como vocês demoraram! Olhe como estou. – Aparece o Tio P alegre e saltitante. – Não sei o que aconteceu, mas não sinto mais nenhuma dor e estou como se estive com 18 anos.
O Tio P já estava com 80 anos e com muitos problemas nos ossos, mas no Reino dos Sacis as dores sumiram e ele estava muito feliz. Nem esperou resposta, saiu correndo para explorar aquele belíssimo lugar.
Nesse momento a Família percebeu onde estavam, eles estavam no taquaral do Sítio, mas nunca tinha visto esse taquaral desse forma: várias taquaras de diferentes formas e com diferentes tons de verde, as taquaras eram as casas dos sacis, eles moravam nos gomos, como se cada gomo fosse um andar de um prédio e eram muito altos, algumas taquaras alcançavam as nuvens. Havia ruas ou carreiros, apesar deles usarem sempre os redemoinhos para se locomoverem. Os carreiros eram de uma grama, parecida com as folhas das taquaras, verde primavera, ladeadas por hortênsias de todas as cores.
O Saci Júlio convidou a Família para eles conhecerem o Reino.
- Aqui nesse lado esquerdo fica o edifício bambumaternidade, nesse lado direito fica o edifício bambuescola, a nossa frente fica o bambugoverno. E ao lado do bambugoverno temos a praça com muitos brinquedos para os sacis crianças.
O Filho e a Filha correram ver os brinquedos e tinha muitos: bambu com cipó para brincar de voar, bambu balanço, que além de balançar era um elevador que levava até às nuvens e descia enquanto a gente se balançava, tinha bambu escorregador também bem alto.
Mas o Filho e a Filha se interessaram por um caminho que havia no fim da praça, era um carreiro verde também, mas esse era sombrio, escuro e dava calafrios, o Filho teve a impressão de ouvir uma risada vindo do fundo do carreiro. Eles perguntaram ao Saci Júlio o que tinha no fim daquele carreiro. O Saci Júlio explicou:
- No fim desse carreiro fica uma das criaturas da floresta mais terrível que existe, a Cuca, ela gosta muito de comer crianças, ela é verde e se parece com um jacaré. Fiquem bem longe desse carreiro.
Por fim eles chegaram na bambucasa do Saci Júlio. Era o bambucasa mais lindo do Reino. Era alto, chegava até às nuvens, com muitos bambus, um juntinho do outro. Era um verde água-marinha, brilhante e se destacava de todos os outros pela beleza.
- Aqui fica o palácio do Reino dos Sacis, onde eu moro. – Disse o Saci Júlio.
- Você é empregado aqui no castelo? – Perguntou o Pai.
- Eu trabalho aqui sim, mas além de trabalhar aqui eu sou também o Rei e a minha função não é governar, mas proteger todo o Reino da ameaça. Seja externo, do mundo de vocês, ou do Reino Sam. É o Reino Sam que está perseguindo vocês e é por isso que vocês estão aqui. Vocês são a chave principal de uma guerra que se iniciou há muito tempo e está chegando na reta final.
- Nós? Guerra? Reino Sam? O que significa isso tudo? – Perguntou o Pai surpreso e assustado com tudo.

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