segunda-feira, 17 de setembro de 2018

CATEQUESE... SOBRE O QUE ESTAMOS FALANDO?

Catequese... Sobre o que estamos falando? É o título do sucesso editorial religioso do momento. Em vinte dias esgotou-se a primeira edição de acordo com a Editora Vozes. O livro foi escrito por Débora Regina Pupo, atual Coordenadora de Catequese do Regional Sul II. Mas por que estou escrevendo um artigo sobre esse livro? Porque o tema é de suma importância para todos e todas as catequistas.
O livro nos leva a refletir sobre o que não é catequese e o que é catequese. Ao responder essas questões a pessoa responderia o seguinte: catequese não é aula, catequese não é palestra, catequese não é falatório; catequese é são encontros semanais, catequese é obrigação da Igreja, catequese é fazer a Primeira Comunhão e Crisma.
Mas o que é catequese mesmo? Catequese vai muito além do que está descrito acima. Catequese é fazer ressoar, mas ressoar o quê? De acordo com Débora Regina Pupo: “A tarefa da catequese, portanto, é fazer eco a mensagem recebida do alto: a Boa Nova anunciada por Jesus de Nazaré.” (Catequese... Sobre o que Estamos Falando, p. 10). O catequista, a ser convidado para a missão de catequizar, “é chamado a fazer ressoar a Palavra de Deus em todo lugar, especialmente junto aos seus catequizandos.” (Débora, p. 11).
Para o catequista obedecer esse chamado precisa aproximar-se da palavra de Deus, é preciso fazer da Bíblia o eco da Palavra de Jesus Cristo. A catequese faz a mediação do encontro do cristão com a pessoa de Jesus Cristo, “...embora o caráter de instrução [da catequese] seja forte, não se trata de transmitir conteúdos, mas de apresentar uma Pessoa, de conduzir os catequizandos a se aproximarem de Jesus, de fazer eco a um amor imenso que não mede esforços para alcançar a todos”. (Débora, p. 11).
Outro ponto importante para todos que aceitam essa importante missão é conhecer o processo histórico da catequese, conhecer a evolução histórica da catequese e como aconteceu essa evolução. A formação pessoal dentro da missão aceita é de suma importância para evitar-se o erro de repetir ações fora do contexto atual.
A autora, para melhor compreendermos o que é catequese, aborda três aspectos importantes:
- Catequese como educação da fé: para melhor entender esse item temos que antes entender o que é fé. Depois de entendido o que é fé, podemos ter melhor compreensão do que é e qual o objetivo da catequese: “Entende-se, assim, que a fé é uma resposta, a catequese é a educação da fé e vamos à catequese para conhecer Jesus, que traz uma proposta de amizade ao catequizando.” (Débora, p. 14)
- Catequese como doutrina cristã: primeiro o cristão adere a fé através do encontro pessoal com Cristo. E a doutrina cristã o orientará para o caminho a seguir, através da doutrina a pessoa conhecerá os ensinamentos de Cristo e da Igreja. “Pode-se dizer que ensinar a doutrina é apontar aos catequizandos por onde caminhar. Para isso, o catequista precisa ter um amplo, e atualizado, conhecimento da doutrina para não cair em fundamentalismo.” (Débora, p. 15).
- Catequese orgânica e sistemática: a catequese necessita de um itinerário, um caminho, um processo, isso é catequese orgânica. A catequese necessita ser, também ordenada, constante, contínuo, isso é catequese sistemática. “Podemos dizer que se trata de um conceito voltado para o fazer. Uma vez orgânico está relacionado ao ser da catequese enquanto ação educativa, o sistemático está relacionado com o fazer da catequese enquanto continuidade. Por essa razão, é preciso atenção aos métodos, aos conteúdos e às atividades. (Débora, p. 17).
Por tudo isso é importantíssimo todos nós catequistas debruçarmos sobre esse livro e estudarmos juntamente com nossos colegas os temas apresentados neste livro. E vou além: sugiro que, esse estudo, não fique restrito somente aos catequistas e que seja oferecido a todas as pastorais, pois todos nós que fazemos parte de alguma pastoral temos a missão de catequizar. E vou mais além ainda: sugiro o estudo pelos padres também, pois eles são os primeiros catequistas de uma comunidade.
Referência: PUPO, Débora Regina. Catequese... Sobre o que estamos falando? Petrópolis, Vozes, 2018.

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

SINAL DA CRUZ

Como falar e ensinar o sinal da cruz para os catequizandos e catequizandas?
Antes de falarmos e ensinarmos o sinal da cruz, precisamos entender qual e o verdadeiro significado deste ato para nós cristãos católicos.
Nos cristãos católicos temos o hábito de utilizarmos o sinal da cruz para pedir proteção e quando vamos fazer nossas orações, quando assistimos uma partida de futebol vemos muitos jogadores, ao entrar no campo, fazer o sinal da cruz, com certeza você já fez muitas vezes em sua vida esse sinal. Mas, talvez, você, os jogadores e muitos que fazem o sinal da cruz , o fazem sem saber o seu verdadeiro significado.
Historicamente a prática do sinal da cruz remonta a um padre da Igreja chamado Tertuliano, que viveu no século III. Em um dos seus escritos, chamado De Corona Milits (Os Soldados), se encontra a seguinte descrição sobre o sinal da cruz: “Quando nos pomos a caminhar, quando saímos e entramos, quando nos vestimos, lavamo-nos e iniciamos as refeições, quando vamos nos deitar, quando nos sentamos, nessas ocasiões e em todas as nossas demais atividades, persignamo-nos a testa com o sinal da cruz”.
Santo Hipólito de Roma fala o seguinte: “Durante a tentação, fazei piedosamente, na fronte, o sinal da cruz, pois este é o sinal da Paixão reconhecidamente provado contra o demônio, desde que feito com fé e não para vos exibir diante dos homens, servindo eficazmente como um escudo. O adversário, vendo quão grande é a força que sai do coração do homem que serve o Verbo (pois mostra o sinal interior do Verbo projetado no exterior), fugirá imediatamente, repelido pelo Espirito que está no homem.” (Tradição do Apóstolos, 42).
Esses dois relatos comprovam que o sinal da cruz é uma prática do cristão católico deste o século III.
Em relação ao significado tem vários:
1 – Ao traçarmos o sinal da cruz sobre o nosso corpo, estamos afirmando três verdades fundamentais de nossa fé: Deus, que é Uno e Trino, a Encarnação de Jesus e sua morte na cruz;
2 - Ao dizermos Em nome do Pai, do Filho e Do Espirito Santo professamos a fé na Santíssima Trindade;
3 – Ao iniciarmos o gesto colocando os dedos na cabeça e descendo para o estômago, estamos declarando nossa fé na Encarnação de Jesus por meio do ventre de Maria Santíssima;
4 - Quando completamos o sinal da cruz: cabeça, estômago, ombro esquerdo e ombro direito, fazemos o forma da cruz em nosso corpo;
5 – Existe o significado popular: a cruz na testa é para Deus nos livrar de todos os maus pensamentos, na boca é para livrar das más palavras e no peito para Deus nos livrar das más ações.
O Catecismo da Igreja Católica diz o seguinte:
- O sinal da cruz assinala a marca de Cristo naquele que vai lhe pertencer e significa a graça da redenção que Cristo nos proporcionou por sua cruz. (CIC, n. 1235);
- Quando o cristão começa seu dia, suas orações e suas ações com o sinal da cruz – Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém, ele dedica a jornada à glória de Deus e invoca a graça do Salvador, que lhe possibilita agir no Espírito como filho do Pai. O sinal da cruz nos fortifica nas tentações e nas dificuldades. (CIC, n. 2157).
Professor Felipe Aquino, no livro sobre os sacramentos, apresenta o significado litúrgico do sinal da cruz. “A cruz na testa lembra que o Evangelho deve ser entendido, estudado, conhecido; a cruz nos lábios lembra que o Evangelho deve ser proclamado, anunciado (missão de todo cristão); e a cruz no peito, à altura do coração, indica-nos que o Evangelho, acima de tudo, deve ser vivido, pregado e testemunhado por todos os que acreditam na ressurreição de Cristo.”
Agora que sabemos o significado, historicamente, teologicamente e popularmente, do sinal da cruz, podemos explicar esses significados aos nossos catequizandos e catequizandas. Podemos dizer ainda:
- O sinal da cruz não é só um gesto que se faz na Igreja, mas sim uma verdadeira oração;
- É o sinal de Jesus. Na cruz ele nos salvou. É igualmente o sinal dos cristãos;
- É uma forma de invocar a proteção do Altíssimo. É um diálogo com Deus.
E por fim ensina como fazer esse sinal: com a mão direita, começa na testa e fala Em nome do Pai, depois coloca a mão no estômago e fala do Filho, e continua no ombro esquerdo e depois no direito e fala e do Espírito em um lado e Santo do outro lado, depois ajunta as mãos e fala Amém.