domingo, 7 de junho de 2020

O REINO DOS SACIS - CAPÍTULO III - O REDEMOINHO

O redemoinho levou a família para a cozinha da casa do Sítio São Gabriel. Todos estavam intrigados, pois eles estavam na cabeceira da cachoeira e de repente um redemoinho os levou até à cozinha da casa deles. O Filho diz:
- Que coisa louca! Uma delícia viajar através desse redemoinho.
O Tio P estava sentado em sua cadeira perto do fogão quando eles chegaram com o redemoinho, seu chapéu vou da cabeça, estava assustado e se benzeu com o sinal da cruz e disse:
- isso é coisa do Saci. – E mexendo no bolso continuou – É ele mesmo, porque ele levou meu fumo.
A Filha ficou meia desconfiada disse não acreditar que exista saci. A Mãe disse que não sabia o que aconteceu, mas estava alegre por todos estarem bem. O Pai disse que também pensava igual ao Tio P, o Saci salvou eles da grande serpente.
- Mas por que o Saci nos salvou? Alguma coisa está acontecendo...
E a vida continuou no Sítio são Gabriel. Mãe, Pai e o Tio P fazendo o serviço da roça e o Filha e a Filha indo para a escola. Passou-se um tempo, o acontecido da serpente foi deixado para trás a Filha chega para a Mãe e diz:
- Mãe, você não acha que estamos sendo observados?
- Pois olha, tenho essa sensação também. – Responde a Mãe.
As duas foram conversar com o Filho e o Pai. O Pai disse:
- Eu e o Filho já percebemos que tem um par de olhos com chamas de fogo nos observando e acho que é o Boitatá. Uns dias atrás eu percebi, quando esses olhos estavam indo embora, que uma bola de fogo subiu para o céu e foi lá para os lados da cocheira, é melhor tomarmos cuidado.
No dia seguinte todos estavam tomando o café da manhã. Era um sábado. Quando eles ouviram um barulho. Todos correram para a janela, até Tio P pegou sua bengala e saiu apressado para chegar a janela, mas como ele está com dificuldades para andar nem chegou perto da janela os quatro já estavam voltando rápido para a mesa. Eles gritaram para o Tio P:
- Se segure porque a casa está voando. Ela foi arrancada do chão e estamos já a um acerta altura.
Olharam para fora, enquanto seguravam - se firme no fogão a lenha, que era a peça mais pesada da cozinha, eles viram um bruxo voando numa vassoura, o Boitatá e a Serpente. O bruxo gritou:
- Eu sou o Bruxo Sam e vou esmagar essa casa com vocês dentro.
A janela estava aberta, o Boitatá se precipitou para dentro da casa tentando atingir o Pai com suas bolas de fogo, mas o Pai ligeiro com era se jogou de lado e gritou para a Filha:
- Abra a torneira e se jogue para o lado.
A Filha abriu a torneira, mas ela não conseguia pular, estava apavorada com a aproximação do Boitatá. O Filho mais que ligeiro agarrou a mão dela e a puxou, nisso o Boitatá passou direto e caiu dentro da pia com água e pedia socorro enquanto a água ia apagando seu fogo.
Logo em seguida foi a vez da Serpente e a Mãe disse:
- Acho que agora chegou nosso fim.
A casa deu uma virada de repente e todos acabaram caindo no teto, a Serpente arrebentou o teto e o telhado caindo para fora, junto caiu o Filho que se agarrou num pedaço de madeira no teto. Quando a cobra entrou na casa acabou o encanto que o Bruxo Sam tinha posto nela para voar, para não cair ela se agarrou com o rabo nos pés do Filho.
O Pai, a Mãe e a Filha conseguiram puxar o Filho, mas com isso veio a Serpente junto. O que fazer agora? Eles ouviram atrás deles uma voz:
- Corram para dentro do redemoinho, venham.
Olhando para o lugar de onde vinha a voz eles viram uma pessoa de uma perna só, com um cachimbo na boca chamando eles, atrás dessa pessoa tinha um redemoinho com diversos tons de verde, de dentro dele vinham muitas risadas. Eles não tinham outra alternativa senão correr para dentro do redemoinho. Eles tinham que pular por cima dos escombros da casa e se equilibrar porque agora a casa estava indo direto, com uma velocidade incrível, na direção dos pinheirais.
A Serpente ia se rastejando atrás deles, mas os quatro conseguiram chegar no redemoinho e pularam para dentro, a Serpente também conseguiu pular para dentro, só que antes que entrasse tudo seu corpo, que era muito grande, o redemoinho se fechou cortando-a no meio.




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