CELIO REGINALDO CALIKOSKI
O ALEIJADINHO
O filme revela a intimidade , a formação como escultor e arquiteto do artista conhecido como Aleijadinho. Além disso enfatiza o relacionamento amoroso de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, com a bela Helena, e ainda os conflitos políticos com a pai, a amizade com o inconfidente Cláudio Manoel da Costa, por meio de quem conhece detalhes da revolta histórica da Inconfidência Mineira, alem da misteriosa doença que adquire aos 47 anos de idade. Doença que o afligiu pelo resto da vida, mas, apesar de enormes sofrimentos, não o impediu de trabalhar até os 76 anos, com os instrumentos que seus três fiéis auxiliares lhe amarravam nas mãos. Aleijadinho viveu os dois últimos e dolorosos anos de sua vida entrevado num quarto.
Este filme nos mostra um Brasil antes do império, onde ainda era uma colônia de Portugal. Nesta época houve dois fatos tristes em nossa história.
O primeiro é a escravidão, um fato ridículo “abolido” do Brasil, em 1888, por um ato da Princesa Izabel. A escravidão foi uma barbárie contra nossos irmãos negros, que eram forçados a saírem de sua áfrica para trabalharem em serviços pesados no Brasil, em troca eles tinham um alimento que mais parecia uma gororoba impossível de comer e aposentos para dormir, onde eram acorrentados e a cama era palha seca, esse lugar onde eles dormiam chamava-se senzala. Mas, se vocês pensam que com a assinatura da Princesa Izabel acabou a escravidão, você se engana, porque 122 anos após esse fato ainda tem idiotas que fazem os próprios semelhantes de escravos, exemplo: fazendeiros, inclusive no Paraná, que utilizam mão de obra forçada e não dão nenhuma remuneração a essa mão de obra.
O segundo fato triste de nossa história é a repressão do governo português contra a Inconfidência Mineira. A ideia dos inconfidentes, em 1789, era transformar o Brasil independente, ficando toda sua riqueza aqui e não para tornar Portugal uma potência. Essa riqueza, ficando no Brasil, daria para industrializar o país, construir escolas e universidades para seu pleno desenvolvimento. Os inconfidentes não tiveram sucesso por um defeito que até hoje existe: a traição política.
Mas, no meio destes tristes fatos da história tem uma beleza que permanece viva até hoje e nos enche de orgulho de ser brasileiro: as obras do mestre Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, que apesar de seu sofrimento físico e emocional fazia obras magníficas. Exaltemos os “Aleijadinhos” de nossa história e punamos os políticos safados e sem vergonha que hoje estão nos envergonhando.
Assista ao filme e veja porque devemos se orgulhar de sermos brasileiros.
Ficha técnica: O Aleijadinho; Direção: Geraldo Santos Pereira; Artistas: Maurício Gonçalves, Maria Ceiça, Ruth de Souza, Carlos Vereza, Edwin Luisi; 100 minutos; ano 2000.
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