Na casa do Rei dos sacis estavam sentados em volta da mesa o Pai, a Mãe, o Filho, a filha e o Tio P. O Pai queria mais detalhes e o Rei explicou:
- No mundo da Magia, há muitos anos surgiu uma profecia dizendo que a paz entres os Reinos Mágicos acabaria e que surgiria um bruxo muito ambicioso que casaria com a bruxa mais poderosa do mundo e que iria dominar todos os Reinos Mágicos para possuir toda a magia do mundo. Na profecia ainda diz que o bruxo teria problema para dominar o Reino dos Sacis, porque teria uma família sem magia que destruiria a bruxo com os poderes que eles possuem: amor, amizade, honestidade e fidelidade.
- Mas como vocês sabem que somos nós essa família? – pergunta a Mãe assustada com toda essa história.
- Nós, através de um saci que mora escondido no Reino de Sam, descobrimos que o Bruxo Sam roubou a bola de Cristal da Bruxa Boa do Sul e a prendeu. Com essa bola ele chegou até vocês. Na bola de Cristal estava vocês trabalhando e vivendo no Sítio São Gabriel. – Respondeu o Rei Saci.
De repente o Rei Saci vê uma Saci diferente na sua casa, as únicas Sacis que moravam ali eram a Saci Cozinheira, a Saci Conselheira. Mas tinha agora essa Saci, que era muito bela. Os olhos do Rei Saci ficaram brilhando. Ele perguntou:
- Você é nova aqui em minha casa. Quem é você?
- Oi. Eu sou a Saci Ajudante e estou ajudando a Cozinheira e a Conselheira nos serviços para receber a Família Salvadora. – Respondeu.
A Saci Conselheira disse:
- Precisamos de mais uma pessoa e ela se ofereceu, resolvi contratá-la.
- Então vamos todos dormir, amanhã de manhã vou levar vocês até a Rainha Mãe para apresenta-la a vocês.
Logo após todos dormirem, a Saci Ajudante saiu da casa escondida e foi até o córrego Jacu. Chegando lá ela voltou a ser o que ela sempre foi: a Iara e voltou para água, quando suas belíssimas escamas de ouro brilhante apareceram em sua metade do corpo. Iara era uma mulher muita linda, metade peixe e metade mulher. Ela tinha um canto maravilhoso que leva os homens para o fundo do rio para se casar com ela. Junto ao córrego estava um Boitatá.
- Eu quero dizer que não quero mais fazer isso, é muita sacanagem enganar meus amigos Sacis, que sempre me ajudaram em tudo que eu precisava. Vou fazer só isso e quero meu diadema novamente. – Esbravejou a Iara.
- Mas você ficou tão bonita de Saci! E daí? Qual a localização da Família? - Pergunta o Boitatá.
- A Família está na casa do Rei dos Sacis, vocês não conseguiram chegar lá, a Cuca está protegendo a casa com seu feitiço.
- Não se preocupe com o feitiço da Cuca, isso nós resolvemos depois. Na próxima noite nós vamos matar a Família dentro da casa do Rei dos Sacis.
- Cadê minha diadema, vamos me entregue.
- Isso eu não posso fazer.
- Como? Foi o acordo que fiz com o Bruxo Sam, vamos, me entregue!
- O Bruxo Sam disse que vai precisar de mais serviço seu. Adeus!
Iara ficou desolada em cima de uma pedra, pois sem a diadema ela perde todos seus poderes, não pode ficar muito tempo fora da água e também não pode ficar muito tempo na água e não pode cantar. E pior: se a diadema for quebrada ela morre. O que fazer? Como recuperar seu diadema?
domingo, 28 de junho de 2020
terça-feira, 23 de junho de 2020
O REINO DOS SACIS - CAPÍTULO V - O REINO DE SAM
- Vocês são todos incompetentes, como que a família fugiu? Não é possível! Eles sempre estão escapando.
O Bruxo Sam estava muito irritado sentado em um trono feito de caveiras de vários animais. Ele era um bruxo muito malvado, vivia irritado por não conseguir o que queria. Sam é o governante do Reino de Sam. Esse reino não tinha esse nome, no tempo do Rei Bruxo Otama se chamava Reino dos Bruxos. O Bruxo Sam, juntamente com seus aliados: A Serpente, Boitatá, Lobisomem e o Cabeça de Abóbora, deram um grande golpe em Otama o derrubando do poder e o exilando na Ilha do Enxofre. Logo que assumiu o poder, Sam, como era um cara bastante vaidoso mudou o nome do Reino dos Bruxos para Reino de Sam, seu próprio nome. A bandeira do Reino de Sam era branca com listas horizontais vermelhas e no canto superior esquerdo tinha um quadrado com a fotografia do Bruxo Sam. Antes nesse quadrado havia muitas estrelas brancas num fundo azul. Ele era casado com a Bruxa Má do Oeste. Essa Bruxa era considerada a bruxa mais terrível e poderosa de todo o mundo.
Sam era um rei ditador, não aceitava opinião de ninguém, mas se alguma coisa desse errado sempre a culpa era dos outros, principalmente da impressa bruxa, que sempre estava perseguindo ele. Muitos repórteres bruxos sumiram misteriosamente.
O Reino Sam era o grande reino dos bruxos e bruxas. Neste reino os bruxos e bruxas inventavam suas magias para infernizar ou ajudar as pessoas que não são bruxos ou bruxas. No Reino de Sam tinha toda noite muitas festas com vários tipos de bebidas: licor de patas de aranha, de pelo de sapo, de ranho de onça, e muitas guloseimas: olhos de coruja assados, risoto de carne de rã, feijoada de porco espinho e de sobremesa pudim de vômito de lagarta gigante. Nestas festas o Bruxo Sam conversava com seus aliados sobre sua maior ambição: ter todos os poderes mágicos da terra, ele já havia conseguido muitos: o feitiço vudu, a magia da Escola de Magia de Hogwarts, a magia nórdica e muitos outras magias, mas faltava uma só magia para ele dominar o mundo: a magia do Reino dos Sacis.
Existia uma profecia que dizia o seguinte: No futuro surgiria um Rei Bruxo, casado com a Bruxa mais poderosa da terra, que dominaria quase toda a magia do mundo, mas que encontraria um obstáculo muito grande para conseguir a magia do Reino dos Sacis. Neste reino uma família composta pelo Pai, Mãe, Filho e Filha destruiriam esse Bruxo com seus poderes: Amor, Amizade, Honestidade e Fidelidade.
Era pelo motivo dessa profecia que ele estava muito irritado, porque a bola de cristal da Bruxa Boa do Sul, que estava pressa num calabouço com braceletes anti-magia porque era contra a ambição do Bruxo Sam e da sua irmã Bruxa Má do oeste, revelou a identidade da Família Salvadora. A Serpente 2 disse:
- Amado Mestre não se irrite, a outra Serpente era muito burra, não sabia planejar as ações, mas eu sou diferente e comigo essa família não sobreviverá nem mais um minuto.
- Espero, porque se vocês não conseguirem fazer alguma coisa eu vou eliminar todas as serpentes do mundo da magia.
O Bruxo Sam traçou uma estratégia de ataque ao Reino dos Sacis com a Bruxa Má do oeste, o Boitatá 2, A Serpente 2, o Lobisomem e o Cabeça de Abóbora.
segunda-feira, 15 de junho de 2020
O REINO DOS SACIS - CAPÍTULO IV - O REINO
A Família chegou no Reino dos Sacis. O redemoinho jogou eles num bambuzal novo e fofinho.
- Que loucura isso! – diz o Filho.
- Surreal! – Diz a Filha.
- Cadê o Tio P – diz a Mãe assustada.
- Calma não se preocupe, eu joguei ele no redemoinho logo que cheguei na casa, ele deve estar por aí conhecendo o Reino. – Diz o Saci Júlio.
- Oi, como vocês demoraram! Olhe como estou. – Aparece o Tio P alegre e saltitante. – Não sei o que aconteceu, mas não sinto mais nenhuma dor e estou como se estive com 18 anos.
O Tio P já estava com 80 anos e com muitos problemas nos ossos, mas no Reino dos Sacis as dores sumiram e ele estava muito feliz. Nem esperou resposta, saiu correndo para explorar aquele belíssimo lugar.
Nesse momento a Família percebeu onde estavam, eles estavam no taquaral do Sítio, mas nunca tinha visto esse taquaral desse forma: várias taquaras de diferentes formas e com diferentes tons de verde, as taquaras eram as casas dos sacis, eles moravam nos gomos, como se cada gomo fosse um andar de um prédio e eram muito altos, algumas taquaras alcançavam as nuvens. Havia ruas ou carreiros, apesar deles usarem sempre os redemoinhos para se locomoverem. Os carreiros eram de uma grama, parecida com as folhas das taquaras, verde primavera, ladeadas por hortênsias de todas as cores.
O Saci Júlio convidou a Família para eles conhecerem o Reino.
- Aqui nesse lado esquerdo fica o edifício bambumaternidade, nesse lado direito fica o edifício bambuescola, a nossa frente fica o bambugoverno. E ao lado do bambugoverno temos a praça com muitos brinquedos para os sacis crianças.
O Filho e a Filha correram ver os brinquedos e tinha muitos: bambu com cipó para brincar de voar, bambu balanço, que além de balançar era um elevador que levava até às nuvens e descia enquanto a gente se balançava, tinha bambu escorregador também bem alto.
Mas o Filho e a Filha se interessaram por um caminho que havia no fim da praça, era um carreiro verde também, mas esse era sombrio, escuro e dava calafrios, o Filho teve a impressão de ouvir uma risada vindo do fundo do carreiro. Eles perguntaram ao Saci Júlio o que tinha no fim daquele carreiro. O Saci Júlio explicou:
- No fim desse carreiro fica uma das criaturas da floresta mais terrível que existe, a Cuca, ela gosta muito de comer crianças, ela é verde e se parece com um jacaré. Fiquem bem longe desse carreiro.
Por fim eles chegaram na bambucasa do Saci Júlio. Era o bambucasa mais lindo do Reino. Era alto, chegava até às nuvens, com muitos bambus, um juntinho do outro. Era um verde água-marinha, brilhante e se destacava de todos os outros pela beleza.
- Aqui fica o palácio do Reino dos Sacis, onde eu moro. – Disse o Saci Júlio.
- Você é empregado aqui no castelo? – Perguntou o Pai.
- Eu trabalho aqui sim, mas além de trabalhar aqui eu sou também o Rei e a minha função não é governar, mas proteger todo o Reino da ameaça. Seja externo, do mundo de vocês, ou do Reino Sam. É o Reino Sam que está perseguindo vocês e é por isso que vocês estão aqui. Vocês são a chave principal de uma guerra que se iniciou há muito tempo e está chegando na reta final.
- Nós? Guerra? Reino Sam? O que significa isso tudo? – Perguntou o Pai surpreso e assustado com tudo.
- Que loucura isso! – diz o Filho.
- Surreal! – Diz a Filha.
- Cadê o Tio P – diz a Mãe assustada.
- Calma não se preocupe, eu joguei ele no redemoinho logo que cheguei na casa, ele deve estar por aí conhecendo o Reino. – Diz o Saci Júlio.
- Oi, como vocês demoraram! Olhe como estou. – Aparece o Tio P alegre e saltitante. – Não sei o que aconteceu, mas não sinto mais nenhuma dor e estou como se estive com 18 anos.
O Tio P já estava com 80 anos e com muitos problemas nos ossos, mas no Reino dos Sacis as dores sumiram e ele estava muito feliz. Nem esperou resposta, saiu correndo para explorar aquele belíssimo lugar.
Nesse momento a Família percebeu onde estavam, eles estavam no taquaral do Sítio, mas nunca tinha visto esse taquaral desse forma: várias taquaras de diferentes formas e com diferentes tons de verde, as taquaras eram as casas dos sacis, eles moravam nos gomos, como se cada gomo fosse um andar de um prédio e eram muito altos, algumas taquaras alcançavam as nuvens. Havia ruas ou carreiros, apesar deles usarem sempre os redemoinhos para se locomoverem. Os carreiros eram de uma grama, parecida com as folhas das taquaras, verde primavera, ladeadas por hortênsias de todas as cores.
O Saci Júlio convidou a Família para eles conhecerem o Reino.
- Aqui nesse lado esquerdo fica o edifício bambumaternidade, nesse lado direito fica o edifício bambuescola, a nossa frente fica o bambugoverno. E ao lado do bambugoverno temos a praça com muitos brinquedos para os sacis crianças.
O Filho e a Filha correram ver os brinquedos e tinha muitos: bambu com cipó para brincar de voar, bambu balanço, que além de balançar era um elevador que levava até às nuvens e descia enquanto a gente se balançava, tinha bambu escorregador também bem alto.
Mas o Filho e a Filha se interessaram por um caminho que havia no fim da praça, era um carreiro verde também, mas esse era sombrio, escuro e dava calafrios, o Filho teve a impressão de ouvir uma risada vindo do fundo do carreiro. Eles perguntaram ao Saci Júlio o que tinha no fim daquele carreiro. O Saci Júlio explicou:
- No fim desse carreiro fica uma das criaturas da floresta mais terrível que existe, a Cuca, ela gosta muito de comer crianças, ela é verde e se parece com um jacaré. Fiquem bem longe desse carreiro.
Por fim eles chegaram na bambucasa do Saci Júlio. Era o bambucasa mais lindo do Reino. Era alto, chegava até às nuvens, com muitos bambus, um juntinho do outro. Era um verde água-marinha, brilhante e se destacava de todos os outros pela beleza.
- Aqui fica o palácio do Reino dos Sacis, onde eu moro. – Disse o Saci Júlio.
- Você é empregado aqui no castelo? – Perguntou o Pai.
- Eu trabalho aqui sim, mas além de trabalhar aqui eu sou também o Rei e a minha função não é governar, mas proteger todo o Reino da ameaça. Seja externo, do mundo de vocês, ou do Reino Sam. É o Reino Sam que está perseguindo vocês e é por isso que vocês estão aqui. Vocês são a chave principal de uma guerra que se iniciou há muito tempo e está chegando na reta final.
- Nós? Guerra? Reino Sam? O que significa isso tudo? – Perguntou o Pai surpreso e assustado com tudo.
terça-feira, 9 de junho de 2020
ERA UMA VEZ UMA VILA - HISTÓRIA 6 - ERA UMA VEZ.. A MULHER COM CARA DE BRABA DA VILA
Inocente morava a três quadras da Escola da Vila. As ruas da Vila não tinham nome, para se orientar as pessoas da Vila colocavam referência: a casa de fulano fica em frente ao campo de futebol, eu moro do lado da igreja, eu moro atrás da escola e assim vai. Inocente morava em frente do portão de cima do campo de futebol. Ele e sua família podiam assistir os jogos da área da casa, de tão perto que era o campo.
Para Inocente chegar até a Escola todos os dias pela manhã ele precisa passar em frente à casa da Mulher com Cara de Braba. E que sacrifício fazer isso. Muitas vezes ele chegava perto da casa da Mulher com Cara de Braba e via a Mulher sentada na área, ele voltava correndo para casa chorando de medo. Sua mãe, que não tinha muita paciência, dava uns tapas nas orelhas e mandava novamente para a escola dizendo para parar de ser burro que a mulher não era brava. Ele dizia para a mãe:
- Mas mãe dizem que ela é tão ruim com as crianças, me disseram que ela pega as crianças e cozinha num caldeirão e come.
A mãe gargalhava e levava ele até passar a casa da Mulher. Com a mãe ele se sentia seguro e passava em frente à casa da Mulher todo garboso e sem medo. Mas o que ele achava interessante é que a mãe cumprimentava a Mulher e a Mulher respondia o cumprimento. Mas ao chegar na escola ele esquecia desse assunto e só ia lembrar novamente quando tivesse que passar novamente sozinho em frente a essa casa.
Um certo dia Inocente estava indo para a escola sozinho, como ele sempre estava atrasado, os irmãos não esperaram ele. E ele ia devagar, contando as pedras na estrada, cantarolava, tentava pensar em outra coisa, mas só vinha em sua cabeça o caldeirão com crianças cozinhando.
Inocente ia de cabeça baixa e nem percebeu quem apareceu em sua frente bem no protão da casa da Mulher com Cara de Braba: um baita de um cachorro pitbul babando de brabo. O cachorro deu uma latida e Inocente viu o perigo em sua frente, olhou para um lado, tinha uma cerca muito alta com arame farpado na parte de cima, não conseguiria escapar por ali. Virou a cabeça devagar, com os olhos fechados, evitando movimentos bruscos e também porque sabia o que ia ver, e quando abriu os olhos viu a Mulher com Cara de Braba olhando para ele, ela movia seus lábios, mas Inocente não ouvia porque estava já todo molhado, pois havia feito xixi de medo. Quando ele voltou em si, haviam passados uns cinco segundos, ele ouviu ela gritando:
- Corra para cá, rápido! – Ela abriu o portão.
Inocente tinha pouco tempo para tomar uma decisão entre enfrentar o pitbull ou a Mulher com Cara de Braba. E saiu numa disparada para dentro do terreno da Mulher bem na hora que o pitbull chegou no portão que já estava fechado. Inocente se jogou aos pés da Mulher chorando e dizendo:
- Por favor não me coma, eu sou magrinho, sou só osso!
A mulher não dando muita importância para o que ele estava falando disse:
- Levante daí e vamos lá para dentro, está mais quente lá e vou ver uma outra calça para você.
E ele, como um cachorrinho obediente e com muito medo, foi atrás da Mulher. Chegando na casa seus olhos se arregalaram com o que viu: ele estava na cozinha bem colorida, com várias cores na parede, um fogão de lenha, chaleiras com imitação de vaca, galinha e porco esmaltadas, uma mesa com uma toalha com flores, uma mais linda que a outra e um guarda-louça antigo pintado de um amarelo bem brilhante. E um detalhe: não tinha caldeirão nenhum na cozinha. A Mulher o levou até a sala e pediu para ele esperar. Enquanto ele esperava começou a observar a sala: o chão era de madeira, brilhava de tão limpo que estava, tinha uma cristaleira com vários copos, tigelas e outras utensílios, também tinha uma estante com várias fotografias: tinha a fotografia de uma mulher, um homem e uma criança no colo da mulher, várias fotografias de uma criança, tinha foto de uma outra mulher também e de um casal mais velho, tinha um jogo de sofá onde Inocente sentou.
Inocente pensava: “acho que essa Mulher não é o que dizem!” A Mulher voltou e pediu para ele trocar a calça e colocar a molhada dentro de uma sacola. Ele voltou para a sala onde a Mulher estava esperando e tinha um rapaz com ela. A Mulher disse:
- Então viu as fotos da estante?
- Sim. – Respondeu Inocente.
- Essas fotos são do meu marido e meus pais, que já são falecidos, da minha irmã que está ali no quarto acamada e do meu filho que está aqui sentado ao meu lado.
Inocente foi para casa e contou para a mãe sobre a Mulher com Cara de Braba, sobre sua vida sofrida com o marido que bebia muito, do filho que o pai não deixou estudar, mas ela ensinou ele a ler e escrever e hoje ele escreve crônicas para um jornal famoso da Capital, sobre a irmã que tem noventa anos e está doente na cama. E disse que comeu uma comida muito gostosa que ela havia feito.
A mãe, para tirar sarro dele, perguntou:
- E a comida era sopa de criança? – E deu uma gargalhada.
Inocente, com vergonha, disse:
- Nunca mais vou falar essas besteiras, porque a Mulher com Cara de Braba é um anjo em pessoa.
Para Inocente chegar até a Escola todos os dias pela manhã ele precisa passar em frente à casa da Mulher com Cara de Braba. E que sacrifício fazer isso. Muitas vezes ele chegava perto da casa da Mulher com Cara de Braba e via a Mulher sentada na área, ele voltava correndo para casa chorando de medo. Sua mãe, que não tinha muita paciência, dava uns tapas nas orelhas e mandava novamente para a escola dizendo para parar de ser burro que a mulher não era brava. Ele dizia para a mãe:
- Mas mãe dizem que ela é tão ruim com as crianças, me disseram que ela pega as crianças e cozinha num caldeirão e come.
A mãe gargalhava e levava ele até passar a casa da Mulher. Com a mãe ele se sentia seguro e passava em frente à casa da Mulher todo garboso e sem medo. Mas o que ele achava interessante é que a mãe cumprimentava a Mulher e a Mulher respondia o cumprimento. Mas ao chegar na escola ele esquecia desse assunto e só ia lembrar novamente quando tivesse que passar novamente sozinho em frente a essa casa.
Um certo dia Inocente estava indo para a escola sozinho, como ele sempre estava atrasado, os irmãos não esperaram ele. E ele ia devagar, contando as pedras na estrada, cantarolava, tentava pensar em outra coisa, mas só vinha em sua cabeça o caldeirão com crianças cozinhando.
Inocente ia de cabeça baixa e nem percebeu quem apareceu em sua frente bem no protão da casa da Mulher com Cara de Braba: um baita de um cachorro pitbul babando de brabo. O cachorro deu uma latida e Inocente viu o perigo em sua frente, olhou para um lado, tinha uma cerca muito alta com arame farpado na parte de cima, não conseguiria escapar por ali. Virou a cabeça devagar, com os olhos fechados, evitando movimentos bruscos e também porque sabia o que ia ver, e quando abriu os olhos viu a Mulher com Cara de Braba olhando para ele, ela movia seus lábios, mas Inocente não ouvia porque estava já todo molhado, pois havia feito xixi de medo. Quando ele voltou em si, haviam passados uns cinco segundos, ele ouviu ela gritando:
- Corra para cá, rápido! – Ela abriu o portão.
Inocente tinha pouco tempo para tomar uma decisão entre enfrentar o pitbull ou a Mulher com Cara de Braba. E saiu numa disparada para dentro do terreno da Mulher bem na hora que o pitbull chegou no portão que já estava fechado. Inocente se jogou aos pés da Mulher chorando e dizendo:
- Por favor não me coma, eu sou magrinho, sou só osso!
A mulher não dando muita importância para o que ele estava falando disse:
- Levante daí e vamos lá para dentro, está mais quente lá e vou ver uma outra calça para você.
E ele, como um cachorrinho obediente e com muito medo, foi atrás da Mulher. Chegando na casa seus olhos se arregalaram com o que viu: ele estava na cozinha bem colorida, com várias cores na parede, um fogão de lenha, chaleiras com imitação de vaca, galinha e porco esmaltadas, uma mesa com uma toalha com flores, uma mais linda que a outra e um guarda-louça antigo pintado de um amarelo bem brilhante. E um detalhe: não tinha caldeirão nenhum na cozinha. A Mulher o levou até a sala e pediu para ele esperar. Enquanto ele esperava começou a observar a sala: o chão era de madeira, brilhava de tão limpo que estava, tinha uma cristaleira com vários copos, tigelas e outras utensílios, também tinha uma estante com várias fotografias: tinha a fotografia de uma mulher, um homem e uma criança no colo da mulher, várias fotografias de uma criança, tinha foto de uma outra mulher também e de um casal mais velho, tinha um jogo de sofá onde Inocente sentou.
Inocente pensava: “acho que essa Mulher não é o que dizem!” A Mulher voltou e pediu para ele trocar a calça e colocar a molhada dentro de uma sacola. Ele voltou para a sala onde a Mulher estava esperando e tinha um rapaz com ela. A Mulher disse:
- Então viu as fotos da estante?
- Sim. – Respondeu Inocente.
- Essas fotos são do meu marido e meus pais, que já são falecidos, da minha irmã que está ali no quarto acamada e do meu filho que está aqui sentado ao meu lado.
Inocente foi para casa e contou para a mãe sobre a Mulher com Cara de Braba, sobre sua vida sofrida com o marido que bebia muito, do filho que o pai não deixou estudar, mas ela ensinou ele a ler e escrever e hoje ele escreve crônicas para um jornal famoso da Capital, sobre a irmã que tem noventa anos e está doente na cama. E disse que comeu uma comida muito gostosa que ela havia feito.
A mãe, para tirar sarro dele, perguntou:
- E a comida era sopa de criança? – E deu uma gargalhada.
Inocente, com vergonha, disse:
- Nunca mais vou falar essas besteiras, porque a Mulher com Cara de Braba é um anjo em pessoa.
domingo, 7 de junho de 2020
O REINO DOS SACIS - CAPÍTULO III - O REDEMOINHO
O redemoinho levou a família para a cozinha da casa do Sítio São Gabriel. Todos estavam intrigados, pois eles estavam na cabeceira da cachoeira e de repente um redemoinho os levou até à cozinha da casa deles. O Filho diz:
- Que coisa louca! Uma delícia viajar através desse redemoinho.
O Tio P estava sentado em sua cadeira perto do fogão quando eles chegaram com o redemoinho, seu chapéu vou da cabeça, estava assustado e se benzeu com o sinal da cruz e disse:
- isso é coisa do Saci. – E mexendo no bolso continuou – É ele mesmo, porque ele levou meu fumo.
A Filha ficou meia desconfiada disse não acreditar que exista saci. A Mãe disse que não sabia o que aconteceu, mas estava alegre por todos estarem bem. O Pai disse que também pensava igual ao Tio P, o Saci salvou eles da grande serpente.
- Mas por que o Saci nos salvou? Alguma coisa está acontecendo...
E a vida continuou no Sítio são Gabriel. Mãe, Pai e o Tio P fazendo o serviço da roça e o Filha e a Filha indo para a escola. Passou-se um tempo, o acontecido da serpente foi deixado para trás a Filha chega para a Mãe e diz:
- Mãe, você não acha que estamos sendo observados?
- Pois olha, tenho essa sensação também. – Responde a Mãe.
As duas foram conversar com o Filho e o Pai. O Pai disse:
- Eu e o Filho já percebemos que tem um par de olhos com chamas de fogo nos observando e acho que é o Boitatá. Uns dias atrás eu percebi, quando esses olhos estavam indo embora, que uma bola de fogo subiu para o céu e foi lá para os lados da cocheira, é melhor tomarmos cuidado.
No dia seguinte todos estavam tomando o café da manhã. Era um sábado. Quando eles ouviram um barulho. Todos correram para a janela, até Tio P pegou sua bengala e saiu apressado para chegar a janela, mas como ele está com dificuldades para andar nem chegou perto da janela os quatro já estavam voltando rápido para a mesa. Eles gritaram para o Tio P:
- Se segure porque a casa está voando. Ela foi arrancada do chão e estamos já a um acerta altura.
Olharam para fora, enquanto seguravam - se firme no fogão a lenha, que era a peça mais pesada da cozinha, eles viram um bruxo voando numa vassoura, o Boitatá e a Serpente. O bruxo gritou:
- Eu sou o Bruxo Sam e vou esmagar essa casa com vocês dentro.
A janela estava aberta, o Boitatá se precipitou para dentro da casa tentando atingir o Pai com suas bolas de fogo, mas o Pai ligeiro com era se jogou de lado e gritou para a Filha:
- Abra a torneira e se jogue para o lado.
A Filha abriu a torneira, mas ela não conseguia pular, estava apavorada com a aproximação do Boitatá. O Filho mais que ligeiro agarrou a mão dela e a puxou, nisso o Boitatá passou direto e caiu dentro da pia com água e pedia socorro enquanto a água ia apagando seu fogo.
Logo em seguida foi a vez da Serpente e a Mãe disse:
- Acho que agora chegou nosso fim.
A casa deu uma virada de repente e todos acabaram caindo no teto, a Serpente arrebentou o teto e o telhado caindo para fora, junto caiu o Filho que se agarrou num pedaço de madeira no teto. Quando a cobra entrou na casa acabou o encanto que o Bruxo Sam tinha posto nela para voar, para não cair ela se agarrou com o rabo nos pés do Filho.
O Pai, a Mãe e a Filha conseguiram puxar o Filho, mas com isso veio a Serpente junto. O que fazer agora? Eles ouviram atrás deles uma voz:
- Corram para dentro do redemoinho, venham.
Olhando para o lugar de onde vinha a voz eles viram uma pessoa de uma perna só, com um cachimbo na boca chamando eles, atrás dessa pessoa tinha um redemoinho com diversos tons de verde, de dentro dele vinham muitas risadas. Eles não tinham outra alternativa senão correr para dentro do redemoinho. Eles tinham que pular por cima dos escombros da casa e se equilibrar porque agora a casa estava indo direto, com uma velocidade incrível, na direção dos pinheirais.
A Serpente ia se rastejando atrás deles, mas os quatro conseguiram chegar no redemoinho e pularam para dentro, a Serpente também conseguiu pular para dentro, só que antes que entrasse tudo seu corpo, que era muito grande, o redemoinho se fechou cortando-a no meio.
- Que coisa louca! Uma delícia viajar através desse redemoinho.
O Tio P estava sentado em sua cadeira perto do fogão quando eles chegaram com o redemoinho, seu chapéu vou da cabeça, estava assustado e se benzeu com o sinal da cruz e disse:
- isso é coisa do Saci. – E mexendo no bolso continuou – É ele mesmo, porque ele levou meu fumo.
A Filha ficou meia desconfiada disse não acreditar que exista saci. A Mãe disse que não sabia o que aconteceu, mas estava alegre por todos estarem bem. O Pai disse que também pensava igual ao Tio P, o Saci salvou eles da grande serpente.
- Mas por que o Saci nos salvou? Alguma coisa está acontecendo...
E a vida continuou no Sítio são Gabriel. Mãe, Pai e o Tio P fazendo o serviço da roça e o Filha e a Filha indo para a escola. Passou-se um tempo, o acontecido da serpente foi deixado para trás a Filha chega para a Mãe e diz:
- Mãe, você não acha que estamos sendo observados?
- Pois olha, tenho essa sensação também. – Responde a Mãe.
As duas foram conversar com o Filho e o Pai. O Pai disse:
- Eu e o Filho já percebemos que tem um par de olhos com chamas de fogo nos observando e acho que é o Boitatá. Uns dias atrás eu percebi, quando esses olhos estavam indo embora, que uma bola de fogo subiu para o céu e foi lá para os lados da cocheira, é melhor tomarmos cuidado.
No dia seguinte todos estavam tomando o café da manhã. Era um sábado. Quando eles ouviram um barulho. Todos correram para a janela, até Tio P pegou sua bengala e saiu apressado para chegar a janela, mas como ele está com dificuldades para andar nem chegou perto da janela os quatro já estavam voltando rápido para a mesa. Eles gritaram para o Tio P:
- Se segure porque a casa está voando. Ela foi arrancada do chão e estamos já a um acerta altura.
Olharam para fora, enquanto seguravam - se firme no fogão a lenha, que era a peça mais pesada da cozinha, eles viram um bruxo voando numa vassoura, o Boitatá e a Serpente. O bruxo gritou:
- Eu sou o Bruxo Sam e vou esmagar essa casa com vocês dentro.
A janela estava aberta, o Boitatá se precipitou para dentro da casa tentando atingir o Pai com suas bolas de fogo, mas o Pai ligeiro com era se jogou de lado e gritou para a Filha:
- Abra a torneira e se jogue para o lado.
A Filha abriu a torneira, mas ela não conseguia pular, estava apavorada com a aproximação do Boitatá. O Filho mais que ligeiro agarrou a mão dela e a puxou, nisso o Boitatá passou direto e caiu dentro da pia com água e pedia socorro enquanto a água ia apagando seu fogo.
Logo em seguida foi a vez da Serpente e a Mãe disse:
- Acho que agora chegou nosso fim.
A casa deu uma virada de repente e todos acabaram caindo no teto, a Serpente arrebentou o teto e o telhado caindo para fora, junto caiu o Filho que se agarrou num pedaço de madeira no teto. Quando a cobra entrou na casa acabou o encanto que o Bruxo Sam tinha posto nela para voar, para não cair ela se agarrou com o rabo nos pés do Filho.
O Pai, a Mãe e a Filha conseguiram puxar o Filho, mas com isso veio a Serpente junto. O que fazer agora? Eles ouviram atrás deles uma voz:
- Corram para dentro do redemoinho, venham.
Olhando para o lugar de onde vinha a voz eles viram uma pessoa de uma perna só, com um cachimbo na boca chamando eles, atrás dessa pessoa tinha um redemoinho com diversos tons de verde, de dentro dele vinham muitas risadas. Eles não tinham outra alternativa senão correr para dentro do redemoinho. Eles tinham que pular por cima dos escombros da casa e se equilibrar porque agora a casa estava indo direto, com uma velocidade incrível, na direção dos pinheirais.
A Serpente ia se rastejando atrás deles, mas os quatro conseguiram chegar no redemoinho e pularam para dentro, a Serpente também conseguiu pular para dentro, só que antes que entrasse tudo seu corpo, que era muito grande, o redemoinho se fechou cortando-a no meio.
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